25 de jun. de 2018

Party in France? You better Work, Bitch.



Duas semanas. Hoje é Domingo, está de noite, e por um bom tempo vou ter essa nostalgia dominical. Há duas semanas, neste mesmo horário eu embarcava pra primeira viagem internacional da minha vida, e espero que esse post estilo Diário de Viagem seja o primeiro de muitos que pretendo postar. 

Tudo começou há sete meses, ou melhor, vamos começar do começo. Tudo começou há mais de um ano, quando o Alisson me chamou para ir a Londres visitar sua Irmã, e, logicamente a cidade, parques e afins. Fiquei muito tentado a ir, na verdade quase compramos a passagem, se eu tivesse limite no cartão eu teria comprado na hora. Tentei conversar com minha família, mas infelizmente não me levaram a sério, além disso, uma vontade louca de ir para Las Vegas ao show de Britney Spears não saia da minha mente. Decidi arriscar. Tirei meu passaporte, tentei o visto, mas infelizmente fui negado, aliás, ano passado houve um aumento de mais 200% na negação dos vistos para brasileiros e infelizmente virei uma estatística (ah, que saudade dos meus 700 reais). A viagem para Londres ocorreu sem mim e foi maravilhosa, ouvi muito conselho que precisava viajar, conhecer novos lugares, outros parques. Ouvia tudo com um sentimento do tipo “isso nunca vai me acontecer”. É, vocês sabem que eu sou uma pessoa um pouco pessimista, e depois da enorme decepção com o visto, eu tinha perdido totalmente a vontade de viajar para qualquer lugar que fosse. No fim do ano passado fui convidado por eles para outra viagem, desta vez outro destino, como sempre fiquei muito empolgado novamente, mas problemas financeiros e a ideia de sair do emprego fizeram a empolgação durar pouco, mais uma vez não era a hora de sair do Brasil.

Pois bem, agora sim, em Janeiro deste ano, ou, há sete meses, como preferirem, mais uma vez fui convidado para viajar, agora uma viagem mais curta, apenas quatro dias, na cidade das luzes, Paris. Quem já teve a oportunidade de viajar, sabe que às vezes não importa o numero de dias, e sim o valor das passagens. Aliás, fazendo um comparativo, a passagem foi o dobro do valor gasto com hotel, seguro, alimentação, passaportes e afins. Decidi mais uma vez conversar com meus pais. Esperei o momento certo, um jantar no Outback, abri a ideia na mesa e perguntei o que achavam. Foi uma reação legal, mas ao mesmo tempo apreensiva. Acho que sou o primeiro da minha família inteira a viajar pra fora, então há um certo receio, de não saber como é, o que vai acontecer, mas recebi o aval e o apoio dos meus pais. Alguns dias mais tarde, em uma ligação via FaceTime juntamente com o Alisson, pedi ao meu pai uma colaboração no valor da passagem, e recebi um ok. Na mesma hora o Alisson já fez todo o trâmite para a compra (vai que ele desiste, né) e eu tava com uma vontade de gritar pro mundo: EU VOU PRA PARIS, mas não, dessa vez eu não ia falar pra ninguém. Eu ia curtir sozinho a minha ansiedade. Na verdade, a única pessoa que eu contei foi a Amanda, nesta mesma hora. Ela voltava do curso, era 23h, estava no metrô e eu super eufórico contando pra ela que iria a Paris.

Ok, a viagem estava comprada, mas e aí? Ainda não tinha certeza se ia. Eu precisava de dinheiro e eu tinha acabado de pedir as contas do serviço. Mas como as coisas acontecem quando tem que acontecer, eu tinha uma série de benefícios pare receber, além do meu freelancer, e com isso consegui pagar todos os gastos da minha viagem e juntar uma grana pra comprar as coisas que sempre sonhei. Eu não sei dizer se os seis (quase sete) meses passaram rápido ou devagar. Meu ano tem sido tão foda, aconteceu tanta coisa, nem tive muito tempo para pensar nisso. A estratégia de não contar pra ninguém me ajudou. Quando eu conto as coisas minha ansiedade aumenta, pois passa a ser assunto em meu Twitter, em conversas e eu fico com aquilo na cabeça. Eu simplesmente tentei esquecer para o tempo passar mais rápido, e passou.

Domingo, 25 de junho. Nosso dia chegou. Acordei cedo, o mais cedo que planejei, uma pena, pois queria dormir até às 13h para o dia passar mais rápido. Próximo as 10h despertei e a hora não passou de jeito algum. Porra, minha vontade era de gritar de tanta ansiedade que eu tava sentindo. Enfim, 17h30 os bests chegaram em casa, faltava uma hora para partirmos. Como estava acompanhado, a adrenalina desceu e eu já fiquei mais calmo. Saímos de casa em direção ao Aeroporto de Guarulhos, praticamente meu vizinho, apenas 9km nos separam. Meu check-in já estava feito desde sexta, então só despachei a mala, jantei com meus pais e embarquei (literalmente) neste sonho.

Após quase 11 horas de viagem, eis que Paris surge na pequena janela do avião. QUE SONHO. Fixei meu olhar e lá do céu consegui ver a icônica Torre Eiffel. Eu não conseguia acreditar, parecia uma miragem, ou um sonho muito louco. Enfim, pousamos, agora a ansiedade era para outra etapa: a imigração. Ficamos uma hora na fila para o agente nos dizer um “Bonjour”, carimbar nossos passaportes, e, muito carismático, em seguida lançou um “Muito obrigado”. SÓ ISSO. Eu passei seis meses ansioso pela imigração, a uma hora que aguardei na fila foi agoniante para ele sequer perguntar meu nome. Tudo bem. Melhor assim. AGORA SIM: cheguei, Paris!

Usar o monotrilho, o metrô e outros transportes parisienses é a realização de um sonho bobo, mas que me alegra muito. Eu desde criança sempre amei metrô e eu já amo ter conhecido o do Rio de Janeiro, conhecer as milhares de linhas e estações de Paris foi um passo muito a mais do que planejei. Mas enfim, tivemos uma segunda muito corrida. Andamos pela cidade inteira neste dia. Louvre, um parque de diversões incrível que tinha ao lado, 
Champs-Élysées, realizei meu sonho de comer Mc Donald's em outro país, fui na Fnac e comprei coisas importadas da Britney, Arco do Triunfo e por fim: vi a La Tour Eifeel pelos jardins do trocadero. Eu acho que até hoje me arrepia a cena só em lembrar. Que coisa linda diante dos meus olhos. É impossível não se emocionar. Comprei uma Fanta e é incrível como o sabor e as cores são diferentes, algo que nunca imaginei. Chegamos de madrugada em casa, cansado, com as pernas assadas de tanto andar, os pés completamente calejados, mas felizes, muito felizes pelo dia maravilhoso que tivemos. 


     (Aeroporto, Monotrilho do Aeroporto, Musée du Louvre, Mc Donald's, Arco do Triunfo e Jardins du Trocadéro)

Antes de dormir, conversamos, tomamos banho, passamos pomadas nos calos e bora descansar por mais ou menos 3 ou 4 horas, afinal, não viajamos pra dormir. Na terça, tomamos café da manhã e decidimos visitar as Catacumbas, coisa que vi em um filme e morri de vontade de conhecer. Ficamos presos em uma fila de umas 2 horas, mas que valeu cada minuto da experiência. Eu não me imagino voltando a Paris e não passar por lá. Sério. É surreal. Em seguida almoçamos em um Bistrô bem próximo e o Alisson foi encontrar com os pais que tinham acabado de chegar, eu e o Fagner fomos andar sozinhos atrás do 'Musée d'Orsay', ambos sem falar inglês e muito menos Francês. Infelizmente a fila do museu estava lotada e não daria tempo para os próximos eventos: visitar Notredame e subir a Torre Eiffel. Pois é, entre os eventos, aconteceu o que a maioria de vocês já sabem: tomamos a senhora multa dentro do metrô por estamos utilizando 'bilhete único' sem identificação. Mas ok, fiquei 35 euros mais pobre? Fiquei. Fiquei sem trazer pelo menos umas 4 canecas por causa disso? Sim. Mas a vida segue e subimos a Torre Eiffel. Que experiência do caralho! Eu tenho tudo em minha mente como se fosse ontem. O frio, o elevador, o anoitecer em Paris diante dos meus olhos a uma altura de 300 metros. Durante a noite ainda andamos a cidade inteira, de ônibus e a pé, comemos mais uma vez no Mc Donald's (desta vez foi um pouco complicado pq a funcionária não falava inglês e o atendimento eletrônico estava desligado), chupei o melhor sorvete de Fast Food da minha vida e mais uma vez chegamos em casa no auge da madrugada.


                         (Metrô, Catacumbas de Paris, Almoço e La Tour Eiffel, de cima a baixo)




A quarta-feira tinha Disney. Eu juro que eu só consegui dormir as poucas horas que dormi porque estava muito cansado, mas a ansiedade por dentro me doía. Até o rápido café da manhã demorou pra passar. Pegamos o trem que nos deixou na entrada do parque. Acredito que essa seja a única coisa que eu lembro com clareza. Daquele momento em diante eu tenho flashs na minha mente. Eu vivi tão intensamente tudo, e foram tantas coisas que eu nem consigo lembrar. Que lugar incrível. Nem tenho tantas fotos pois realmente nem tivemos tempo pra isso, e quando dava o tempo eu tava todo descabelado ou suado e as fotos não ficaram boas. Mas mesmo assim, que dia incrível. Eu morro de saudades. Acho que não tem um só dia que eu não lembre de algo, principalmente com o tanto de coisas que trouxe e estão expostas no meu quarto. Aliás, e que coisas. Acho que Deus fez tudo dão certo pra dar certo que eu pude levar uma boa quantia pra poder trazer quase tudo que eu sonhei. Hoje já nem tenho mais espaço no meu quarto, mas sonho com o retorno e trazer o mesmo número e sacolas ou até mais. Saímos da Disney quase meia-noite, e não contente em ter gastado milhões de euros lá dentro, no lado de fora há uma espécie de City Walk onde havia mais uma grande loja do mundo Disney, obviamente entrei e comprei mais. Chegamos em casa quase 2 da manhã, e quase que não chegamos, pois o metrô estava prestes a fechar. Tínhamos um Burger King em frente ao hotel mas que por um azar aparentemente tinha acabado de fechar, pois os funcionários estavam lá dentro mas as portas já estavam fechadas. Alguns passos adiante avisto um restaurante lindo, resolvemos entrar e fomos surpreendidos com o bom atendimento e o ótimo sabor do jantar. Acho que nunca comi uma lasanha tão saborosa. Ou, era a minha fome mesmo, depois de ter comido um lanche na Disney e quase 10 horas depois não ter tomado nem água. Aquela era a nossa última noite em Paris, passou tão rápido, aquela deprêzinha de fim de viagem já estava batendo, mas a quinta ainda tinha muito pra nós. 

                              (Walt Disney Studios, Disneyland Paris e restaurante Chezaldo)

Obviamente, perdemos o horário, depois de 3 dias dormindo 3 horas e de ter chego 3 da manhã em casa, acordamos mais tarde que o previsto. Arrumamos nossas coisinhas e partiu último rolê da viagem: Parc Asterix. Eu particularmente não tava muito ansioso, achei que seria um rolê mais 'bobinho' (eu não pesquisei nada sobre a Disney e sobre o Asterix antes de viajar, então pra mim tudo foi surpresa), e fui muito surpreendido com a qualidade do parque. Tematização impecável, rides incríveis, montanhas-russas animais. Finalmente fui na minha primeira montanha-russa invertida, um splash gigantesco e uma atração incrível que nem sei explicar tamanha imersão que ela traz. Do Asterix fomos para o aeroporto, o sonho tinha acabado. Mais uma vez comi no Mc Donald's, um lanche que eu estava muito ansioso pra comer (pois tinha visto todo o cardápio ainda aqui no BR), passei no Duty free e comprei perfumes, afinal, não dá pra ir pra Paris e não trazer perfume e foi isso. Na Sexta já estava novamente em São Paulo de volta a minha vida normal. 



                              (Parc Astérix e Aeroporto CDG)

Esse post não é pra me exibir ou qualquer coisa do tipo. É pra dizer que as coisas podem sim acontecer. Eu nunca sonhei com essas coisas pois elas sempre estavam muito distante de realiza-las, mas eu comprovei que sim, que é possível. Agora eu quero voltar, seja em família, seja com amigos, seja com o meu amor. Visitei Paris inteira em 4 dias com meus amigos, eu preciso de gente que tenha este mesmo fôlego de não dormir e pra explorar.

É isso.

Je t'aime, Paris.

Merci.