10 de abr. de 2015

Eu sou diferente de você e mesmo assim você vai gostar de mim.

Uma vez eu ouvi a frase “o que importa o que os outros vão pensar de nós?” e decidi levar pra vida. É incrível como temos medo ou receio dos comentários que vão gerar se o mundo descobrisse que gostamos de cada coisa. Hoje em dia eu vivo lindamente com o intuito de ser feliz e que se foda o resto, é óbvio que por ser curioso, me interesso em saber a repercussão de determinada coisa, mas ainda que seja uma má repercussão, não fico pilhado a desistir de tudo e começar uma coisa nova. Já tive esse pensamento quando tinha cabelo vermelho, metade do povo falava que era feio, que não combinava, minha mãe mesmo odiava, mas EU gostava, EU me sentia diferente, e por isso tive por quase um ano o cabelo daquela cor. Acho ridículo a pessoa se moldar totalmente do jeito que as pessoas gostariam de vê-las, imagina eu, que sempre falei de um jeito diferente, me porto de maneira diferente, fosse dar ouvidos ao que ouvi na vida inteira? 

Cresci com a homofobia dos meus colegas de sala, ouvi muita besteira, muita piada sem graça, mas nunca pensei em mudar o meu jeito ou mudar quem eu era, o contrário, quanto mais zoavam, mais eu tinha certeza que eu era diferente e que no futuro o zuado não seria eu, e dito e feito. Sinceramente eu até entendo o lado deles e não os desejo o mal, eu já fui muito assim. De um tempo ela cá sinto que evolui, mudei totalmente o meu pensamento. Me sinto péssimo quando lembro que já fui um gay homofóbico, pode isso? Já odiei gays que dão close, afeminados, tive medo de travesti (ainda tenho um pouco), Drag queen então, achava uma aberração da natureza, e, o tempo me fez ver que aquelas pessoas são assim também porque elas querem e por não se importar com os outros. Me coloquei no lugar deles, é como se o meu cabelo vermelho fosse o figurino do travesti, que tá ali porque se sente bem assim e é feliz assim. Eu mesmo já me vesti de mulher algumas vezes, coloquei peruca, faço maquiagem e me senti super bem. Se me escondi? Jamais, postei uns 500 snaps e fotos no Twitter. Acho o máximo do máximo quando uma barreira é quebrada, principalmente a do preconceito, tenho fé que o mundo mudará muito nos próximos anos, afinal, as crianças de hoje já estão lidando com isso e as mais velhas aos poucos deixam de habitar por um processo natural da vida. Eu não sei se to me expressando exatamente da maneira que eu gostaria, mas acho que isso desenrolaria uma ótima conversa em uma mesa de bar (local pouco frequentado por mim nos últimos tempos). 

Continuando na mesma linha de raciocínio, mas mudando o tema para o racismo. Há quem diga que o racismo não existe, o que é uma mentira. Andei pensando muito, até pesquisando muito e “descobri” que os brancos tem muito mais oportunidades que os negros, e aí, quando o branco é assaltado por uma pessoa negra, ele já fala que o problema tá na raça, e tá sim, mas não na raça negra, na raça que não dá a oportunidade a eles. Na semana passada sofri uma tentativa de assalto por um branco, e, em nenhum momento passou pela minha cabeça a frase “tinha que ser branco”, frase esta que estamos muito acostumados a ouvir na versão contraria.

Eu não sei exatamente qual o sentido desse post, na verdade acho que abri muitos parênteses e não fechei nenhum, mas gostaria de deixar registrado que eu to mudando por um processo natural, não fui forçado por ninguém e nem quero parecer diferente, e isso realmente me deixa muito feliz. ;)